Organização contesta "mutilação de carneiros" na Austrália

A organização de defesa dos animais PETA promoveu hoje um protesto simbólico à porta da Embaixada da Austrália em Lisboa contra uma tradição daquele país de retirar pele dos carneiros com tesouras de jardinagem para impedir a infestação de larvas de moscas.
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Quase nu, pintado de vermelho a imitar sangue e deitado sob uma bandeira australiana, um membro da PETA fez assim uma alusão a esta prática. Outros membros da PETA, uma organização internacional, seguravam cartazes que mostravam um cordeiro com uma ferida sangrando nas costas. Liana Costa, estudante portuguesa, era uma das manifestantes deste protesto junto à embaixada australiana a exigir o fim da "mutilação de carneiros e cordeiros", tradição que afirma que "é possível parar optando por outras soluções de desinfestação". "Esperemos que o nosso protesto seja ouvido e que parem com a tradição", disse.

Esta prática, considerada bárbara pela PETA, consiste no corte de pedaços de pele das costas dos cordeiros para impedir a infestação de larvas de moscas denominadas 'flystrike'. Na Austrália, o tipo de ovelha mais comum é o merino, pelas suas pregas na pele que significam mais lã por animal. As moscas colocam os ovos nas dobras de pele e as larvas criadas podem comer a ovelha viva. Para prevenir a assim denominada "flystrike", os fazendeiros australianos fazem a chamada "mulesing", forçando cordeiros vivos sobre as costas, segurando-lhes as pernas entre barras de metal, para o corte de fatias de carne e pele em redor da cauda.

A PETA ("People for the Ethical Treatment of Animals" em inglês, "Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais" em português) é uma organização não governamental com sede na Virgínia, nos Estados Unidos da América, mas com simpatizantes em vários países do mundo, que se dedica à defesa dos direitos dos animais.

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